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Falando na sinceridade sobre faculdade e futura profissão - Together

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TOGETHER!
Yoo minhas raposinhas sensuais, tudo melzinho na chupeta!? MUAHAHAHAHAHAH COMIGO SIM, POIS EU FINALMENTE ENTREI DE FÉRIAS.... Ok, é um """férias""" pois ainda tenho assuntos relacionados a bolsa e trabalhos para fazer, mas só de não ter que acordar cedo (NO FRIO) já é uma grande benção de Deus Yato! Enfim, minha vida num geral continua  a mesma, confesso que o mais impactante que aconteceu foi a derrota do Brasil contra a Bélgica (ainda bem que eu nem estava em casa pra ver essa desgraça), e olha que meu irmão ainda disse que a Bélgica tava jogando muito mal e a gente conseguiu perder... É, não foi dessa vez o hexa, mas o que me deixa mais chateada é não ter agora mais uma boa desculpa pra gastar dinheiro em doces ou rir com os memes dessa copa, que foram de longe muito bons (diríamos que o que mais me preocupa agora é algo relacionado a esse vídeo -www- hsuahsuashua). Enfim, deixando assuntos polêmicos de lado, hoje temos mais outro post marotex do Together, então partiu surtos! [cês percebem há quantos milênios saporra tá nos rascunhos, quando o assunto da introdução ainda tá falando em copa]

Dessa vez nossa excelentíssima Shana nos propôs que escrevêssemos sobre nossas profissões, algo como expectativas, realidades... Diríamos que aqueles que estão ainda decidindo seu futuro (vulgo prestando vestibular ou estudando no ensino fundamental / médio) vão falar sobre suas expectativas e dúvidas sobre a carreira que escolheram, ou até sobre como resolveram escolher essa área, ou as preocupações que rondam suas cabecinhas. Enquanto isso, quem já está no ensino superior ou até mesmo trabalhando irá falar um pouco sobre a sua carreira e sobre o que gostaria que tivessem contado sobre seu trabalho antes de ingressar nele.

Pois bem, para contextualizá-los minha pessoinha está cursando Medicina Veterinária, um curso no qual eu nem sequer sonhava em fazer... Pois é, quem me conhece sabe que eu adoro tagarelar sobre veterinária e todas as loucuras que aprendo nela, mas veterinária estava longe de ser uma opção para mim quando estava prestando vestibular. No início, bem lá no início (vulgo ensino fundamental), eu tinha cogitado em fazer arquitetura (pois na época eu curtia muito desenhar então pensei que seria legal fazer arquitetura, mas logo desisti da ideia quando descobri que teria que usar uma régua na minha profissão shauhsuashua).

Depois de um tempo deixei essa coisa de pensar no futuro de molho, mas aí eu entrei no ensino médio e me vi obrigada a pensar no que fazer da minha vida. Então, como eu odiava matemática e amava biologia eu pensei "Ok, engenharias descartadas então vamos para algo que tenha biologia, mas o que!?".... Pensei, pensei e PAH! M E D I C I N A ~tem biologia e tem $$$$$$ na parada, fechou!~ Mas, aí depois de rodar em dois vestibulares eu já tava de saco cheio e já tava andando e cagando pra ENEM. Então, eis que meus pais me deram a ideia de eu prestar vestibular para a universidade da minha cidade (obs: Aqui não tem curso de medicina) e enquanto eu cursava algo ali, eu iria me preparar para o vestibular de medicina de novo (o estrategi deles era eu fazer enfermagem na universidade da minha cidade e quando eu passasse em medicina ~de outra cidade~ eu iria usar enfermagem pra aproveitar algumas cadeiras e talls).

MAAAAAASS a essa altura do campeonato eu já tava chutando o balde e dizendo "bye bye" pra medicina (e ao mesmo tempo eu não queria fazer enfermagem), então eu fiz o que eu sempre faço: METI O LOUCO! Na hora de me inscrever pro vestibular da facul da minha cidade eu não sabia o que queria fazer, então fui passando a lisinha de cursos até que PAH! Bati o olho em: MEDICINA VETERINÁRIA! E pensei "Caralho, é isso! É medicina só que em bicho, dá no mesmo!" E na boa... FOI A MELHOR DECISÃO QUE EU TOMEI NA MINHA VIDA! Foi algo aleatório, foi! Foi algo no chute, foi! MAS FOI O MELHOR CHUTE QUE DEI (acho que é por isso que eu não acerto mais nada em provas no chute, usei toda a minha sorte escolhendo minha profissão). Então, eis que atualmente eu estou fazendo Medicina Veterinária e estou amando o curso! 

Mas é lógico que em todo curso / profissão, sempre há uma que outra coisinha que poderiam ter nos falado mais cedo, então ~efeito sonoro~ AQUI VAI A LISTINHA DE COISINHAS SOBRE VETERINÁRIA QUE TALVEZ SEJA LEGAL VOCÊ SABER ~efeito sonoro~ Algumas são experiências minhas outras são relatos de professores, algumas eu gostaria de ter sido informada outras estou colocando mais para informar os outros.

1- Veterinária não é somente para pessoas que amam com todas as suas forças animaizinhos
... Tá, soou estranho, mas explicando: Sabem essas pessoas que choram por cachorrinhos, que querem resgatar todos os animaizinhos da rua? Então, na minha cabeça a vet era só pra esse tipo de gente, ou seja, só fazia veterinária pessoas que tivessem uma enorme sensibilidade envolvendo animais, que quisessem salvar todos os bichinhos da terra. Porém, eu descobri que essas pessoas geralmente NÃO conseguem cursar veterinária por terem pena de mexer nos animais, por terem pena de fazer uma cirurgia neles ou usar os métodos de contenção adequados, fazer uma necrópsia (véi, se esse povo visse o que é uma necrópsia...) ou eutanásia (na verdade, essas pessoas geralmente passam mal). Então, querendo ou não, quem faz veterinária acaba tendo que ter um pouco de sangue frio para conseguir lidar com a vida e morte dos animais. Tipo, lógico que a gente quer salvar o animal, mas não podemos nos descabelar quando aparece um animal machucado, pois aí ao invés de salvar o animal só estaremos criando um caos ainda maior e passando insegurança para o dono. Então, sei lá, na minha cabeça eu "não podia" fazer veterinária porque estaria entrando num lugar que "não era para mim", já que o meu nível de sensibilidade para isso é um pouco menor (tipo, eu sinto dó dos animaizinhos, mas também ao invés de agonizar em sofrimento eu consigo manter a calma e raciocinar, até porque se eu não fizer isso nunca vou conseguir atender emergências e tratar os animais).

OBSERVAÇÃO: A situação que eu descrevi ali em cima NÃO é regra, pois da mesma forma que há pessoas mais sensíveis que não conseguem cursar veterinária, há pessoas que mesmo sendo emocionalmente mais sensíveis resolvem fazer veterinária justamente para realizarem o sonho de salvar e acolher os animais, só que na maioria das vezes quem tem um emocional mais frágil envolvendo esse tipo de assunto acaba não conseguindo entrar ou completar o curso (porém não é regra.... Tipo, cês entenderam o que eu tô tentando explicar, néh!?). Ah, e tipo cês também entendem que há uma diferença bem grande entre "Ser menos sensível / conseguir manter a calma" e "NÃO ter sensibilidade / cagar pros animais", certo!?

2- O maior problema muitas vezes não é a doença, mas o PROPRIETÁRIO
Sabem aquela ilusão que na vet só se lida com animaizinhos, então "Bora fazer veterinária, pois vou mexer só com bicho, não preciso lidar com pessoas".... Errr... NÃO! Na verdade, antes de lidar com o pet, o veterinário tem que lidar com PROPRIETÁRIO, e aí que muitas vezes arma o tendel: Pois há 2 extremos um tantinho complicados: Aquele dono que tá andando e cagando pro animal e que algumas vezes pode até MENTIR (sim, mentem! Eu mesma, enquanto fazia estágio numa clínica, vi um casal mentir na cara dura sobre o tempo de evolução da doença do animalzinho ~vulgo gente que leva o animal com um problema que se arrasta por meses ou até anos e dizem que "apareceu essa semana"~). E por outro lado há aquele proprietário super protetor que acaba não deixando o veterinário fazer o exame clínico da maneira que tem que ser feita, pois ele não permite que o vet realize certas contenções, ou que segure o bichinho de certa forma, pois ele vê todo o manejo como maus tratos, como se o animal estivesse sofrendo, quando na verdade tudo é necessário para a própria segurança do animal, para justamente evitar que ele se machuque.

3- Saber o foco do curso
Tipo, na veterinária a pessoa irá aprender sobre pequenos animais, grandes animais (bovino, equino, suíno... Animais de produção) e silvestres, porém dependendo da região em que a universidade se localiza o curso dará um foco maior para certos animais. Por exemplo: Na região ao redor da cidade que eu moro, os produtores costumam criar bastante bovino de leite, portanto na parte de grandes animais, o foco acaba sendo mais o bovino de leite, sendo assim se a pessoa pretende trabalhar com bovino de corte, ou suínos (ou outros animais de produção) o melhor seria ela procurar por outra universidade. O mesmo acontece com animais silvestres, aliás, esse é um problema da veterinária num geral (pelo menos nas universidades que conheço aqui do meu estado, não sei como é nos outros), silvestres acaba ficando meio "escanteado", então a pessoa se vê obrigada a passar por toda a veterinária e lá no final fazer a cadeira de silvestres (quando o curso oferece, pois tem universidades que só oferece essa matéria como optativa, ou seja, não está inclusa no currículo obrigatório) e só depois da graduação é que ela terá que se especializar e se voltar para a área, o que é um tanto ruim, pois o ideal seria ter contato e oportunidades desde a graduação.

4- Veterinária tem mais matemática do que parece
Temos introdução a matemática, nutrição (a gente basicamente faz aqueles cálculos chamados de escalonamento, porém envolvendo quantidade de proteína e energia), tem estatística, experimentação, farmacologia.... Então, não sejam iludidos igual a mim que pensou que se veria livre da matemática (essa desgraça tá em todo canto).

5- Algumas coisas que são interessantes os PROPRIETÁRIOS saberem
Vou fazer uma perguntinha para vocês: Quando cês tão doente cês mandam selfie de vocês para o médico perguntando "Então, o que pode ser isso!?", não néh! Vocês marcam uma consulta e pessoalmente vão ao médico para que ele faça um exame clínico, certo!? Agora eu pergunto novamente: Porque diabos com animal seria diferente!? Infelizmente algumas pessoas acham que dá pra "dar aquela olhadinha", mandar "aquela fotinho do machucado" pro veterinário diagnosticar e dizer que remédio dar... NÃO tem como a gente fazer isso. Nós só podemos dar um diagnóstico definitivo realizando um exame clínico, a gente precisa ver o animal, tocar ele, observar as reações dele, e dependendo do caso é necessário encaminharmos exames complementares como raio-x, histopatológico, hemograma... Portanto, não adianta enviar fotos, ou descrever a situação do animal achando que só por telefone a situação estará resolvida, pois infelizmente não estará. É claro que mandar isso para saber se a situação é urgente ou não, se precisa levar imediatamente ao veterinário ou se pode ser outra hora é válido (obs: Por outra hora eu me refiro em um outro momento o mais breve possível, não um mês depois), ou para saber algum cuidado a ser tomado até levar o animal para consultar. O problema está na ideia de achar que o diagnóstico será realizado somente por foto ou através de uma breve conversa.

Outra coisa que tenho observado é que alguns proprietários ficam com medo de mandar seus pets para a cirurgia devido a idade avançada ou alguma condição de saúde específica deles, coisas como "Ah, mas será que ele vai aguentar a anestesia!?""E os medicamentos!? Não é muita coisa!?", bem são perguntas super válidas, porém acho que o pessoal algumas vezes pensa que o veterinário olha pro animal, acha o problema e manda diretão pro facão (meio que largando o animal na sorte), quando na verdade é bem ao contrário. Antes do pet ser encaminhado para a cirurgia é feito um hemograma (para ver se o animal não tem anemia ou alguma infecção) e um exame bioquímico, para avaliar função renal e hepática, ou seja, são feitos exames para ver se esses órgãos estão com seu funcionamento ok, se tá tudo de boas, para saber se o animal vai conseguir metabolizar corretamente os medicamentos / anestesia e se irá conseguir filtrar e excretar eles corretamente. Ou seja, o animal passa por uma avaliação para saber se terá condições ou não de ir para a cirurgia, e caso não tenha, primeiro se faz a estabilização dele.

6- Algumas experiências que achei legal ou um completo saco
O CONTEÚDO DE CAVALINHOS É UM DEMÔNIO.... Tá, o animal é gente boa, mas o conteúdo envolvendo equinos é um parto! Cês não queiram saber o que é um raio-x de equino, tipo é comum em equinos fazer raio-x de articulações, já que os treinamentos acabam fazendo o animal forçar muito sua parte óssea predispondo eles a desenvolverem perebas articulares, porém além do fator anatomia estar envolvido (pois como é articulação, então é um monte de osso tudo junto e misturado e tu tem que se achar naquela desgraça) tem a parada do dito dos nomes das posições... Tipo, toda a radiografia tem uma projeção, no qual diz em que lado do osso o raio do exame incidiu e por qual lado esse raio tá saindo. Exemplo: Se o raio incidiu na parte lateral do animal e saiu pela outra lateral (tipo entrou pelo lado esquerdo e saiu pelo direito) o nome da projeção é Latero - Lateral, até aí tudo ok, certo!? Pois é, mas aí me vem os cavalinhos e suas articulações e me metem uns nome: Dorso-Lateral Plantaro-Medial Oblíqua 45º............. Até eu conseguir imaginar em que porra de lugar o raio entra e em que porra de lugar ele sai e que lado do osso eu tô vendo no raio-x se foram umas boas horas de estudo....

Observação: Vaquinhas e gatinhos também podem ser bem satânicos: Não queiram saber o que é fazer uma palpação numa vaca incorporando rainha de samba ou aquelas cenas cômicas onde o gato salta até o teto e sai se debatendo em tudo.... (sério, eu pensei que perderia o meu braço na primeira situação e MINHA VIDA NA SEGUNDA).

Mas não é só de dor e sofrimento que se faz esse curso, há várias coisas bacanas, principalmente as aulas práticas: Em anatomia a gente vê ossos, músculos e órgãos, aprendemos sobre todas as estruturas deles. Em histologia a gente tem o primeiro contato com microscópio, e vemos diferentes tecidos neles, como rim, pulmão, fígado. Já em Patologia o aluno faz necropsias, ou seja, abrimos o bicho de cabo a rabo e observamos se há alguma alteração nos órgãos e aprendemos a coletar os tecidos, pois infelizmente algumas vezes o veterinário só descobre que doença o animal tinha depois do óbito, então nesses casos se realiza uma necrópsia, que é basicamente uma pesquisa pelo corpo para achar alguma alteração "gritante" / macroscópica, porém também se coletam pequenos pedaços de cada órgão para serem montadas lâminas para serem observadas no microscópio, pois as vezes a olho nu o animal aparenta não ter nada, mas microscopicamente o órgão pode tá uma bagunça, e como a célula é a unidade básica do órgão, se ela não tá bem, consequentemente o órgão também não estará. Já em diagnóstico por imagem a gente aprende sobre raio-x e ultrassom, aprendemos a nos localizar naquelas imagens estranhas, mas que por incrível que pareça fazem sentido!

E acho que nem preciso falar que se temos aulas práticas, obviamente teremos provas  práticas. Por exemplo: Em anatomia a professora separa alguns órgãos, ossos, músculos, e o aluno tem que dizer qual espécie, órgão / osso / músculo, e que estrutura nesse osso / órgão está sendo apontada pela professora. Ou em patologia a gente realiza o processo da necropsia (mas como fazer uma inteira demora muito, geralmente os alunos são sorteados e um por um vai fazendo uma parte dela). Já em diagnóstico por imagem, a professora distribui algumas radiografias para cada aluno e a partir daí cada um diz qual a sua suspeita de diagnóstico (sim, suspeita pois raio-x é um exame complementar, então não é toda doença que é diagnosticada pelo raio-x... E não, ele não serve só pra ver osso quebrado, ele pode até mesmo auxiliar no diagnóstico de tumores: O diagnóstico definitivo ocorre apenas pelo exame histopatológico, mas o raio-x ajuda a levantar a suspeita sobre neoplasia ou então pode mostrar metástases. Por exemplo: Em cadelas com neoplasia mamária podem haver metástases pulmonares, então nesses casos pode se fazer um raio-x de tórax para ver se não tem nenhuma alteração mais "escancarada" no pulmão).

Mas apesar de termos muita prática, temos também muita teórica, aliás, há matérias que são 100% teoria... Então, acho bom deixar isso meio "avisado", pois eu percebi que muitos colegas meus não curtem a parte da teoria e querem ir logo para  prática, porém tu só irá saber fazer a prática se souber a teoria, entretanto tem muita gente que entra na veterinária achando que serão apenas aulas práticas, que vai chegar no curso e já vai meter a mão na massa, quando na verdade não é bem assim. Antes disso, há toda uma teoria que precisa ser estudada, pois ela sera a base para guiar a pessoa na prática.

Enfim... Sinto que o post ficou meio... Confuso!? Sei lá, eu falei um monte de coisa aleatória, mas acho que dessa vez não tinha jeito, pois ensino superior é essa confusão mesmo e eu queria falar pelo menos um pouco das experiências que eu tive ou de coisas que observei durante esse pequeno tempo de graduação (mas que no final até que teve bastante coisa). Bem, eu não faço a menor ideia de como será minha futura vida de trabalhadora brasileira, então oremos para que tudo dê certo! (mas acho que antes disso vamos orar para que eu me forme!).... Então, vou ficando por aqui, beijos no kore e até o próximo surto!


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